Pois é, é meio idiota começar um post com esse título, sendo que já se passaram 4 meses deste ano. Mas sinto que o momento é preciso e, já que o sono não vem, mais do que digno.
Ter morado aqui na Inglaterra me fez aprender muita coisa. Não só relativamente ao dito 'deixar os pais e vir morar longe', mas também ao fato de conhecer novas culturas e saber em que contexto você mesmo se encaixa. Eu escrevi um pouco a respeito disso neste link.
Uma das coisas que de longe foram mais difíceis de aprender, foi o ficar sozinha. Enquanto que outras culturas apreciam isso, levo como brasileira a vontade de ter sempre gente ao meu redor. Levei um tempo para me acostumar aos meus quatro cantos -- agora não sei mais o que serei sem eles. :) Ainda aprecio a companhia de outras pessoas, mas o meu quarto se tornou de longe o meu refúgio secreto, o meu espaço em que posso ser totalmente eu, sem eira nem beira. Me pergunto, quando é que comecei a me limitar a este ponto. De certa forma, com o tempo, fui perdendo parte da minha brasilidade exterior e assumindo, sem querer, a parte européia que em mim se escondia. Definitivamente, não gosto disso. Prefiro ser aberta e vulnerável a uma fortaleza intransponível! Porque, afinal, é na vulnerabilidade dos outros que a gente encontra a própria vulnerabilidade; e é sendo aberto que as feridas secam mais rápido.
Sei que sou as duas coisas. E sei que a cada cultura nova que conheço vou agregando valores. Só espero que estes valores que agrego, sejam positivos, construtivos na vida de outro alguém.
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