A tentativa de uma Primavera (em julho)

Sua tola!
Ainda pensas
como se ontem mesmo houvesse partido!
O tempo, o esqueleto
Nada parece ter mudado
Ao mesmo tempo em que
Tudo mudou

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Ela te salvou
De mais uma loucura
O sono
revigoroso
chegou para te fazer esquecer o que não foi...

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Porque choras, bela mía?
Porque choras?
Voltei para os teus braços
Voltei pelos teus almaços
Que tanto sentimento me souberam descrever

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Queres a mim, antigo amado?
Pois bem
tarde vieste
Nada mais poderá s (e) fazer

-

Bela mía, bela mía!
Não me digas isto!
Um coração tão inflamado
não pode transmitir estas palavras e mudar tão logo!
Por acaso me queres malograr com estes trechos e dilacerar o que meu coração queima em dizer?

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Ó querido, quantas vezes quis eu ouvir palavras assim de ti
E quanto eu sofri por estar longe!
Mas agora é tarde
Não se pode voltar atrás

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Ó minha amada, que tragédia a minha
Ao te conhecer não pensava que iria
Um dia sentir com toda intensidade
Queria sim, voltar ao momento em que menti
Em que desmereci tudo aquilo que senti

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Ó meu caro, agora é tarde
Preciso ir!
Esperei demais por isso
Adeus

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Ó por favor não vá, cara mía, não vá!
Queria ter mais um último instante
Um último respiro
Que tivesse a duração
De mais de uma eternidade!

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A.E.F. /2007