Podia ser mais um dia normal como outro qualquer. Mas logo hoje resolvi que queria vestir os chinelos estendidos que minha avó havia me dado de natal uns 2 anos atrás. Porque será que eu não os usava? Me perguntei e segui caminho. Já na metade do caminho para o centro (eu estudo letras na federa à noite), comecei a sentir umas agulhadas no meu antepé. Como é usual, não dei muita atenção para o meu pé e segui caminho. Ah, se eu tivesse ouvido o aviso...
Chegando no prédio, fui até o banheiro para tratar da causa: Haviam se formado duas lindas e roliças bolhas no peito dos meus pés. Será que água ajudaria? Não, ardia mais ainda. Papel? Hmm, acho que não. Arde ainda. Entrei em sala com dois papéis de toallete enrolado nas tiras dos chinelos. Ahh, que maravilha... Ao menos posso esticar os pés e retirar o incomodo temporariamente. No intervalo, peguei o elevador (pedindo pra não ser presa por estes assassinos sem sensor!) e me encaminhei para a cantina para ver se alguém poderia me arranjar uns bandeidis. Descobri que a cantina reitórica não só é power no seus preços, mas também tem uma espécie de primeiros socorros - quase uma mini-farmácia, por assim se dizer. Tremendamente aliviada consegui os meus protetores bolhais.
Mas ainda havia o retorno para casa.
Pensando que não tinha mais dinheiro para o ônibus, me pus logo a caminho.
Inteirada na conversa com Jeff (conhecido mais como Manoel, mas que tem cara de Jeff!) me esqueci momentaneamente do que me afligia. De repente, percebi que eu devia ter virado naquela outra rua... tudo bem, eu viraria na próxima.
Já sozinha, percebi que a noite estava mesmo linda, a lua grande e perfeita, as estrelas brilhando.
Para encurtar a história, acabei demorando o triplo do tempo para chegar em casa. E os pés? Bem, as bolhas se tornaram em belas feridas.
Decididamente tem coisas que é melhor a gente não guardar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário