quinta-feira, 8 de março de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
A.L.E.M.A.N.H.A
Quem já fez uma viagem internacional sabe: tudo precisa estar nos "trinks".
Bom, tendo isso esclarecido, nada melhor do que uma semaninha pré-vôo depois do casamento, certo? Errado. Principalmente se vc for como eu e precisar recolher assinaturas para ter o seu diploma reconhecido no consulado, afim de poder mandá-lo para ser traduzido. Resumindo: a semana de lua-de-mel foi uma correria danada através de Curitiba, sua cidade linda.
A lua de mel teve que ser em Curitiba mesmo, já que Morretes estava abaixo d'água. Como a gente tinha escolhido um hotel a beira do rio Nhundiaquara pode imaginar o causo... Meus pais é que acabaram indo um mês depois em nosso lugar pra lua de mel.
Dia 20/03 foi entao o dia da grande despedida. Chegamos no aeroporto com quatro malas lotadérrimas e pouquissimo tempo para se despedir. Deu tempo pra dar dois abracos em cada um, catar os cds do Davi (ouco eles direto, mano!) e ir em direcao aos detetores de metais. Sério, se eu tivesse tido tempo para me despedir, teria desandado em lágrimas...
Chegamos em Nürnberg no dia seguinte, com o sol se pondo. Depois da noite mal dormida, o que mais queríamos era uma boa noite de sono. No aeroporto fomos recepcionados pelos meus cunhados e nosso padrinho com uma faixa de boas vindas, bolo e Rotkäppchen. :)
Outra surpresa gostosa foi chegar em Erlangen, no quartinho de estudante do maridao e encontrar a geladeira cheia e isso:
Bom, nada mais nos impedia de dormir MUITO! :P Valeu!
Passamos ao todo um mês em 14m². Até agora eu fico me perguntando como a gente aguentou isso! As tarefas foram bem divididas: marido procura trabalho, eu procuro casa. Nas horas vagas íamos a confraria encontrar os amigos ou dar um "rolê" pela cidade.
Como o maridao já morava a 7 anos no mesmo lugar, todo mundo que eu conhecia já virava meu amigo. Me senti super bem acolhida e se pudesse nao mudaria de lá. Mas...
Fato era que a gente chegou na pior época para procurar residência nova. Muitos alunos terminando o ginásio (ensino médio) em junho e já procurando local pra morar perto da uni naquele momento. Com isso os aluguéis subiram nas alturas e juntando que o maridao estava oficialmente desempregado, só consegui combinar 3 visitas, uma em Erlangen e as outras em Nürnberg e Fürth.
Ficamos com a de Nürnberg, com seus 55m², pelas conexoes de trânsito e pelos móveis inclusos. Mais uma vez tivemos ajuda do comitê que veio nos pegar no aeroporto, além da participacao de uma galerinha da confraria. Tiveram pao de queijo e cerveja como recompensa. :)
Até entao eu nao tinha tido tempo para abrir todas as minhas 6 malas (2 foram levadas à Alemanha pelos padrinhos amados). Com uma casa novinha em folha e muito espaco para decorar e encher, eu tive trabalho para um mês inteiro. Da mesma forma que fiquei chateada por muita gente ter nos dado presente de casamento (apesar de estar explicito no convite que nao queríamos devido ao vôo), fiquei feliz por ter uma mala cheia com diversos utensílios domésticos e toalhas! Gracas a estas pessoas e à minha mae e sua sabedoria, precisei comprar pouquíssimas coisas.
No meu aniversário tivemos as nossas primeiras visitas aqui em casa. O grupo foi pequeno e constava de 4 brasileiros, 3 alemaes e um cachorro, mas já deu pra encher a cozinha. :)
Maio e junho foram também os meses em que fomos no Einwohneramt, Standesamt, Krankenkasse e etc e tal. Ou seja, meique repeteco da correria que tivemos no Brasil, mas levando no modo slow. Estava mais do que na hora de eu ser conhecida pelas autoridades como mulher do meu marido! Só nao tinhamos feito isso até entao porque nao tínhamos a traducao da certidao de casamento e sem traducao nao tinha modo como eu comprovar ser a esposa do meu marido! Fico com comixao só de lembrar que tive que assinalar como solteira quando fomos a 1a vez no Einwohneramt.
Levei um bom tempo para me acostumar com Nürnberg. Diferente de Erlangen, aqui eu nao conhecia ninguém e, com meu marido fora durante o dia, eu tinha muitas horas livres pra fazer nada. Seguindo a dica dele, procurei atividades diversas para fazer durante o dia, participando da Cruz Vermelha, grupo de estudo bíblico, coral, oficina de cerâmica,... mas a maioria era durante a noite, o que significava que eu ficava fora quando meu marido já tinha chegado em casa do trabalho... Chato isso. Aos poucos fui ficando cada vez mais depressiva, comendo cada vez menos, tendo cada vez mais dores de barriga e dificuldade para respirar. O médico que eu consultava só me dizia que era falta de movimento. Decidi ir procurar uma psicoterapeuta em Bamberg. Foi uma das melhores decisoes que eu já tomei desde que eu estou aqui. Ela me ajudou a entender o processo pelo qual eu estava passando e a controlar a dificuldade para respirar. Aumentou ainda mais o meu interesse pela área da psicologia.
Em outubro tive que parar as sessoes por ter achado trabalho e nao ter mais tempo para ir até Bamberg. Outubro em si foi um mês bom, porque teve visita do meu pai e o comeco do San-Kurs (curso para paramédicos) na Cruz Vermelha. A visita do meu pai ajudou a matar um pouco a saudade e a quebrar muitos dos pré-conceitos que eu tinha do meu relacionamento com ele. Foi um tempo muito bom pra nós dois, com pedidos de perdao por fatos passados e visitas a pontos turísticos. Pena que ele só pôde ficar 11 dias!
O comeco do curso para paramédicos abriu as minhas fronteiras. Nao só me colocou denovo no caminho da medicina como também me trouxe amigos. Até hoje combinamos atividades em cima do laco e ficamos horas e horas conversando sobre os mais diversos assuntos. É muito bom poder ligar pra alguém e poder fazer isso! Eu nao tinha percebido o quanto isso me fazia falta!
Bom, tendo isso esclarecido, nada melhor do que uma semaninha pré-vôo depois do casamento, certo? Errado. Principalmente se vc for como eu e precisar recolher assinaturas para ter o seu diploma reconhecido no consulado, afim de poder mandá-lo para ser traduzido. Resumindo: a semana de lua-de-mel foi uma correria danada através de Curitiba, sua cidade linda.
A lua de mel teve que ser em Curitiba mesmo, já que Morretes estava abaixo d'água. Como a gente tinha escolhido um hotel a beira do rio Nhundiaquara pode imaginar o causo... Meus pais é que acabaram indo um mês depois em nosso lugar pra lua de mel.
Dia 20/03 foi entao o dia da grande despedida. Chegamos no aeroporto com quatro malas lotadérrimas e pouquissimo tempo para se despedir. Deu tempo pra dar dois abracos em cada um, catar os cds do Davi (ouco eles direto, mano!) e ir em direcao aos detetores de metais. Sério, se eu tivesse tido tempo para me despedir, teria desandado em lágrimas...
Chegamos em Nürnberg no dia seguinte, com o sol se pondo. Depois da noite mal dormida, o que mais queríamos era uma boa noite de sono. No aeroporto fomos recepcionados pelos meus cunhados e nosso padrinho com uma faixa de boas vindas, bolo e Rotkäppchen. :)
Outra surpresa gostosa foi chegar em Erlangen, no quartinho de estudante do maridao e encontrar a geladeira cheia e isso:
Bom, nada mais nos impedia de dormir MUITO! :P Valeu!
Passamos ao todo um mês em 14m². Até agora eu fico me perguntando como a gente aguentou isso! As tarefas foram bem divididas: marido procura trabalho, eu procuro casa. Nas horas vagas íamos a confraria encontrar os amigos ou dar um "rolê" pela cidade.
Como o maridao já morava a 7 anos no mesmo lugar, todo mundo que eu conhecia já virava meu amigo. Me senti super bem acolhida e se pudesse nao mudaria de lá. Mas...
Fato era que a gente chegou na pior época para procurar residência nova. Muitos alunos terminando o ginásio (ensino médio) em junho e já procurando local pra morar perto da uni naquele momento. Com isso os aluguéis subiram nas alturas e juntando que o maridao estava oficialmente desempregado, só consegui combinar 3 visitas, uma em Erlangen e as outras em Nürnberg e Fürth.
Ficamos com a de Nürnberg, com seus 55m², pelas conexoes de trânsito e pelos móveis inclusos. Mais uma vez tivemos ajuda do comitê que veio nos pegar no aeroporto, além da participacao de uma galerinha da confraria. Tiveram pao de queijo e cerveja como recompensa. :)
Até entao eu nao tinha tido tempo para abrir todas as minhas 6 malas (2 foram levadas à Alemanha pelos padrinhos amados). Com uma casa novinha em folha e muito espaco para decorar e encher, eu tive trabalho para um mês inteiro. Da mesma forma que fiquei chateada por muita gente ter nos dado presente de casamento (apesar de estar explicito no convite que nao queríamos devido ao vôo), fiquei feliz por ter uma mala cheia com diversos utensílios domésticos e toalhas! Gracas a estas pessoas e à minha mae e sua sabedoria, precisei comprar pouquíssimas coisas.
No meu aniversário tivemos as nossas primeiras visitas aqui em casa. O grupo foi pequeno e constava de 4 brasileiros, 3 alemaes e um cachorro, mas já deu pra encher a cozinha. :)
Maio e junho foram também os meses em que fomos no Einwohneramt, Standesamt, Krankenkasse e etc e tal. Ou seja, meique repeteco da correria que tivemos no Brasil, mas levando no modo slow. Estava mais do que na hora de eu ser conhecida pelas autoridades como mulher do meu marido! Só nao tinhamos feito isso até entao porque nao tínhamos a traducao da certidao de casamento e sem traducao nao tinha modo como eu comprovar ser a esposa do meu marido! Fico com comixao só de lembrar que tive que assinalar como solteira quando fomos a 1a vez no Einwohneramt.
Levei um bom tempo para me acostumar com Nürnberg. Diferente de Erlangen, aqui eu nao conhecia ninguém e, com meu marido fora durante o dia, eu tinha muitas horas livres pra fazer nada. Seguindo a dica dele, procurei atividades diversas para fazer durante o dia, participando da Cruz Vermelha, grupo de estudo bíblico, coral, oficina de cerâmica,... mas a maioria era durante a noite, o que significava que eu ficava fora quando meu marido já tinha chegado em casa do trabalho... Chato isso. Aos poucos fui ficando cada vez mais depressiva, comendo cada vez menos, tendo cada vez mais dores de barriga e dificuldade para respirar. O médico que eu consultava só me dizia que era falta de movimento. Decidi ir procurar uma psicoterapeuta em Bamberg. Foi uma das melhores decisoes que eu já tomei desde que eu estou aqui. Ela me ajudou a entender o processo pelo qual eu estava passando e a controlar a dificuldade para respirar. Aumentou ainda mais o meu interesse pela área da psicologia.
Em outubro tive que parar as sessoes por ter achado trabalho e nao ter mais tempo para ir até Bamberg. Outubro em si foi um mês bom, porque teve visita do meu pai e o comeco do San-Kurs (curso para paramédicos) na Cruz Vermelha. A visita do meu pai ajudou a matar um pouco a saudade e a quebrar muitos dos pré-conceitos que eu tinha do meu relacionamento com ele. Foi um tempo muito bom pra nós dois, com pedidos de perdao por fatos passados e visitas a pontos turísticos. Pena que ele só pôde ficar 11 dias!
O comeco do curso para paramédicos abriu as minhas fronteiras. Nao só me colocou denovo no caminho da medicina como também me trouxe amigos. Até hoje combinamos atividades em cima do laco e ficamos horas e horas conversando sobre os mais diversos assuntos. É muito bom poder ligar pra alguém e poder fazer isso! Eu nao tinha percebido o quanto isso me fazia falta!
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Livin' la vida loca
18 de outubro de 2009 foi a última vez que escrevi pra vocês. 18 de outubro é também a data de aniversário do meu marido que naquela época ainda era meu noivo e do qual eu nem conhecia a família direito ainda. Nada melhor que um mês de viagens com direito a piolhos na cabeca e queimaduras durante a virada na praia para a gente se conhecer melhor. :)
O ano de 2010 foi daí um ano superduper corrido. Em poucas palavras: último estágio, apresentacao de TCC, trabalho, mudanca (do apê apertado pra uma casa) e preparo pro casório. Só.
Como nao endoidecer com tudo isso? Simples. Eu procurei me concentrar em terminar a facul, apresentar o TCC e a trabalhar. E olha, só isso já é motivo pra se estressar... mas eu estava estranhamente calma e muita gente disse que eu nao era uma noiva normal. Bom, isso se veria mais tarde...
Terminar com o estágio na clínica nao foi problema, mas o TCC... este, coitado, tinha ficado parado por um ano e precisava ser reestruturado, reformado, reanalizado, re-tudo. Nem perguntem quantas vezes eu tive que reescrever esse negócio. Fico agoniada só de lembrar! Mas, finalmente, em agosto, terminei ele e apresentei-o! Deu um alívio imenso ver o quanto valeram a pena as horas mal-dormidas e todo estresse gerado em cima dele. Meu marido teve que ter muita compreensao e paciência comigo naquela época e agradeco a Deus por ele ter tido esta paciência. Eu provavelmente nao estaria agora na Alemanha se assim nao o fosse...
O trabalho foi algo bom e que me trouxe um pouco de volta pra área de Letras. Decidi que seria melhor dar meio ano de aulas de alemao em uma escola particular em Curitiba do que atender pacientes por seis meses na clínica e daí ter que me despedir deles. Hoje vejo que a decisao foi por um lado boa porque voltei a ter fluencia no alemao. Por outra ruim, pois me falta prática para ter o curso de fisio reconhecido por aqui. Mas isto é um assunto longo do qual falarei em um outro post.
Trabalhei ao todo um pouco mais de seis meses. Enquanto nao estava trabalhando, fizemos a mudanca para a nova casa e intensifiquei a minha procura pelo casamento perfeito. :)
Quem nunca se deparou com uma lista de afazeres para um casamento nao sabe o quao complicado pode ser. Sao 1000 e uma coisas a considerar e todo mundo quer dar pitaco. Depois de me estressar um monte por causa da festa (o religioso fizemos na igreja, onde eu era membra), decidi ouvir a voz da minha mae (que no momento era a voz da razao) e pegar um salao pacote, ou seja, com tudo que se espera pra festa. Facilitou muito a minha vida, porque metade dos to-dos da minha lista se foi e eu tinha finalmente tempo para ver outras coisas que precisava ver - como o vestido, por exemplo.
Vi muitos sites de noiva dizendo que o ideal é achar o vestido 2 anos antes do casamento e se guiar por ele para fazer a festa. Superdiscordo, até porque acho que a festa deve ser uma mistura de estilos do casal. Em todo caso, procurei várias lojas curitibanas para alugar um vestido. Até arrastei algumas amigas junto (Carlinha e Danny, many thanks for that!), mas tudo que achava ou era caro demais ou nao tinha o quê que eu queria. Passaram-se meses até que, em janeiro, eu finalmente achei o meu vestido perfeito: em Pelotas, importado da Itália e dois tamanhos maiores que o meu. A proprietária da butique disse que tinha jeito, bati o pé que queria aquele mesmo e minha mae, minha vó e minha tia Lia avaliaram o trabalho das costureiras. Como as três entendem de costura, nao foi fácil, nao. O resultado de toda correria, choro e alergia (fiquei com alergia a casamento, gente! Era só falar no assunto e comecava a me cocar!), voces conferem aqui:
Isso nao é nem 1/3 das fotos que a gente tirou aquele dia, mas refletem bastante o quao alegre foi tudo e como foi bom ter a família toda reunida, além de conhecer ainda o um ou outro que eu nao tinha conhecido anteriormente. Nossa, foi muito legal casar e se desse pra fazer tudo denovo eu faria! :)
Nem parece que essas fotos vao fazer um ano agora em marco!
E isso que eu nem contei da rodada pelos cartórios da cidade pra fazer o casamento civil e o second round que tive que fazer na semana após o casório (para reconhecimento de firma de todas as matérias que tive na facul); das aulas de autoescola que tentei fazer antes de vir pra cá mas que nao passei; etc. Tantos acontecimentos que fecharam com chave de ouro o meu tempo no Brasil que nem tive tempo pra pensar no que estava por vir: a minha vida como casada ao lado de um físico formado na Alemanha.
O ano de 2010 foi daí um ano superduper corrido. Em poucas palavras: último estágio, apresentacao de TCC, trabalho, mudanca (do apê apertado pra uma casa) e preparo pro casório. Só.
Como nao endoidecer com tudo isso? Simples. Eu procurei me concentrar em terminar a facul, apresentar o TCC e a trabalhar. E olha, só isso já é motivo pra se estressar... mas eu estava estranhamente calma e muita gente disse que eu nao era uma noiva normal. Bom, isso se veria mais tarde...
Terminar com o estágio na clínica nao foi problema, mas o TCC... este, coitado, tinha ficado parado por um ano e precisava ser reestruturado, reformado, reanalizado, re-tudo. Nem perguntem quantas vezes eu tive que reescrever esse negócio. Fico agoniada só de lembrar! Mas, finalmente, em agosto, terminei ele e apresentei-o! Deu um alívio imenso ver o quanto valeram a pena as horas mal-dormidas e todo estresse gerado em cima dele. Meu marido teve que ter muita compreensao e paciência comigo naquela época e agradeco a Deus por ele ter tido esta paciência. Eu provavelmente nao estaria agora na Alemanha se assim nao o fosse...
O trabalho foi algo bom e que me trouxe um pouco de volta pra área de Letras. Decidi que seria melhor dar meio ano de aulas de alemao em uma escola particular em Curitiba do que atender pacientes por seis meses na clínica e daí ter que me despedir deles. Hoje vejo que a decisao foi por um lado boa porque voltei a ter fluencia no alemao. Por outra ruim, pois me falta prática para ter o curso de fisio reconhecido por aqui. Mas isto é um assunto longo do qual falarei em um outro post.
Trabalhei ao todo um pouco mais de seis meses. Enquanto nao estava trabalhando, fizemos a mudanca para a nova casa e intensifiquei a minha procura pelo casamento perfeito. :)
Quem nunca se deparou com uma lista de afazeres para um casamento nao sabe o quao complicado pode ser. Sao 1000 e uma coisas a considerar e todo mundo quer dar pitaco. Depois de me estressar um monte por causa da festa (o religioso fizemos na igreja, onde eu era membra), decidi ouvir a voz da minha mae (que no momento era a voz da razao) e pegar um salao pacote, ou seja, com tudo que se espera pra festa. Facilitou muito a minha vida, porque metade dos to-dos da minha lista se foi e eu tinha finalmente tempo para ver outras coisas que precisava ver - como o vestido, por exemplo.
Vi muitos sites de noiva dizendo que o ideal é achar o vestido 2 anos antes do casamento e se guiar por ele para fazer a festa. Superdiscordo, até porque acho que a festa deve ser uma mistura de estilos do casal. Em todo caso, procurei várias lojas curitibanas para alugar um vestido. Até arrastei algumas amigas junto (Carlinha e Danny, many thanks for that!), mas tudo que achava ou era caro demais ou nao tinha o quê que eu queria. Passaram-se meses até que, em janeiro, eu finalmente achei o meu vestido perfeito: em Pelotas, importado da Itália e dois tamanhos maiores que o meu. A proprietária da butique disse que tinha jeito, bati o pé que queria aquele mesmo e minha mae, minha vó e minha tia Lia avaliaram o trabalho das costureiras. Como as três entendem de costura, nao foi fácil, nao. O resultado de toda correria, choro e alergia (fiquei com alergia a casamento, gente! Era só falar no assunto e comecava a me cocar!), voces conferem aqui:
Isso nao é nem 1/3 das fotos que a gente tirou aquele dia, mas refletem bastante o quao alegre foi tudo e como foi bom ter a família toda reunida, além de conhecer ainda o um ou outro que eu nao tinha conhecido anteriormente. Nossa, foi muito legal casar e se desse pra fazer tudo denovo eu faria! :)
Nem parece que essas fotos vao fazer um ano agora em marco!
E isso que eu nem contei da rodada pelos cartórios da cidade pra fazer o casamento civil e o second round que tive que fazer na semana após o casório (para reconhecimento de firma de todas as matérias que tive na facul); das aulas de autoescola que tentei fazer antes de vir pra cá mas que nao passei; etc. Tantos acontecimentos que fecharam com chave de ouro o meu tempo no Brasil que nem tive tempo pra pensar no que estava por vir: a minha vida como casada ao lado de um físico formado na Alemanha.
domingo, 18 de outubro de 2009
Fui-me embora para pasárgada
Sim, voltei para o Brasil em 10 de julho, para a minha vida de antes, para o meu curso de antes. Mas voltar pareceu-me estranho, até mesmo irreal. Pareceu-me mais voltar para a vida de alguém diferente, alguém que não sou (mais) eu. Demorei a me adequar ao fato de morar com meu pai novamente e não ter mais a liberdade de antes de dar o taco de qdo vou dormir e qdo ficarei acordado. Ainda estou me adequando ao curso e estágio. E o estágio já está acabando. Pois é. Em poucos meses, passarei de estudante a oficialmente desempregada! E aí? O que fazer? Ir pra luta, né?! Com minha volta, decidi mudar algumas coisas: nada de curso de letras mais (corte no coração, mas necessário), abertura de twitter e abertura de um novo blog, charmosamente escrito somente em inglês. Porque convenhamos, aqui eu deixei uma baderna tal que praticamente ninguém visita pra ler. Entonces, se você sentir falta de mim e/ou quiser um pouquinho da nova Ana, me procure no twitter (ainda confusamente misturado em 3 línguas diferentes) ou no Justoutofblue. (:
Beijos estalados!
Xx
Beijos estalados!
Xx
domingo, 14 de junho de 2009
"Ai, ai, aiai. Tá chegando a hora. O dia já vem raiando, meu bem, e eu tenho que ir embora."
Odeio despedidas.
Odeio pensar que não vou ver certas pessoas nunca mais na vida. Odeio a tristeza que dá. Aquele negócio de "tchau, a gente se vê por aí qualquer dia, quem sabe." Gostei da despedida do Good Will Hunting, onde Will simplesmente some, sem se despedir do amigo. Me parece a melhor solução. Que nem na hora do enterro de um ente querido de um amigo seu, não existe muito o que se pode falar. Um abraço, um beijo, um olhar - no máximo... Até mesmo algumas palavras queridas proferidas parecem às vezes falsas, devido ao nosso pouco jeito de falá-las! Será que existiria prática pra isso? A experiência de vida, sim. E, talvez, um pouco mais de nossos sentimentos expressados no dia-a-dia para as pessoas que mais amamos. Let it shine, people! Let it shine!
A Johanna tá voltando esta madrugada pra Noruega, gente! Não sei se um dia virei a vê-la denovo, mas já sei que sentirei saudade do seu jeito quieto e direto de ser, das vezes que ela me tirou do sério, das gozações. I love you, my dear! A klem!!!
Odeio pensar que não vou ver certas pessoas nunca mais na vida. Odeio a tristeza que dá. Aquele negócio de "tchau, a gente se vê por aí qualquer dia, quem sabe." Gostei da despedida do Good Will Hunting, onde Will simplesmente some, sem se despedir do amigo. Me parece a melhor solução. Que nem na hora do enterro de um ente querido de um amigo seu, não existe muito o que se pode falar. Um abraço, um beijo, um olhar - no máximo... Até mesmo algumas palavras queridas proferidas parecem às vezes falsas, devido ao nosso pouco jeito de falá-las! Será que existiria prática pra isso? A experiência de vida, sim. E, talvez, um pouco mais de nossos sentimentos expressados no dia-a-dia para as pessoas que mais amamos. Let it shine, people! Let it shine!
A Johanna tá voltando esta madrugada pra Noruega, gente! Não sei se um dia virei a vê-la denovo, mas já sei que sentirei saudade do seu jeito quieto e direto de ser, das vezes que ela me tirou do sério, das gozações. I love you, my dear! A klem!!!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Onde cargas d'água fica Barrow-in-Furness???
Olá pessoas!
Sim, o dia foi bem melhor hoje. Prayer meeting, trabalho no Opp shop (brexó superdivertido no qual a gente trabalha nas segundas e quintas/sextas) e Lodge foram iguais a todo outro dia. Choveu depois de uma semana secular de sol :), me molhei, as coisas de sempre.
Fomos convidados a ir jantar na casa do Eddie e da Hanna. O Eddie é meio que o co-vicar aqui da comunidade e tem uma carinha de moleque que só vendo. É olhar pra cara dele que tu já esperas que ele faça alguma travessura... E é bem capaz que ele a faça. ;)
Ambos são muito queridos e moram a mais ou menos o mesmo tempo que nós estamos aqui. A noite chegou definitivamente bem mais rápido do que deveria!
Ao chegar em casa, passei um tempo conversando no hall com a Johanna e a Elisabet. Esclarecemos alguns assuntos pendentes e começamos a conversar sobre os que irão nos substituir, onde vão morar e etc. Certo é que ninguém vai ter a mesma experiência que nós aqui! Não só porque são diferentes pessoas (dã!), mas também porque a divisão será bem diferente. Alguns virão para Carlisle, outros ficarão em Londres, mas outros ainda irão morar e trabalhar em Barrow-in-Furness. Barrow-in-Furness??? Onde, cargas d'água fica isso???
Beeemmm, não fica muito longe daqui, é bem mais perto do Lake District (paraíso nacional dos brits, algo parecido com SC) e é uma cidade portuária. Ah, e pasmem: Álvaro de Campos, um dos heteronômios de F. Pessoa é de lá!!!
Não acredita? Tá aqui o poema!
Enfim, semana que vem irei pra lá e posso contar mais detalhezinhos.
Me desculpem, mas preciso fazer a mala agora já que vou visitar o meu namorado teuto-brasileiro amanhã! Iuhuuu! \o/
Sim, o dia foi bem melhor hoje. Prayer meeting, trabalho no Opp shop (brexó superdivertido no qual a gente trabalha nas segundas e quintas/sextas) e Lodge foram iguais a todo outro dia. Choveu depois de uma semana secular de sol :), me molhei, as coisas de sempre.
Fomos convidados a ir jantar na casa do Eddie e da Hanna. O Eddie é meio que o co-vicar aqui da comunidade e tem uma carinha de moleque que só vendo. É olhar pra cara dele que tu já esperas que ele faça alguma travessura... E é bem capaz que ele a faça. ;)
Ambos são muito queridos e moram a mais ou menos o mesmo tempo que nós estamos aqui. A noite chegou definitivamente bem mais rápido do que deveria!
Ao chegar em casa, passei um tempo conversando no hall com a Johanna e a Elisabet. Esclarecemos alguns assuntos pendentes e começamos a conversar sobre os que irão nos substituir, onde vão morar e etc. Certo é que ninguém vai ter a mesma experiência que nós aqui! Não só porque são diferentes pessoas (dã!), mas também porque a divisão será bem diferente. Alguns virão para Carlisle, outros ficarão em Londres, mas outros ainda irão morar e trabalhar em Barrow-in-Furness. Barrow-in-Furness??? Onde, cargas d'água fica isso???
Beeemmm, não fica muito longe daqui, é bem mais perto do Lake District (paraíso nacional dos brits, algo parecido com SC) e é uma cidade portuária. Ah, e pasmem: Álvaro de Campos, um dos heteronômios de F. Pessoa é de lá!!!
Não acredita? Tá aqui o poema!
Enfim, semana que vem irei pra lá e posso contar mais detalhezinhos.
Me desculpem, mas preciso fazer a mala agora já que vou visitar o meu namorado teuto-brasileiro amanhã! Iuhuuu! \o/
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Aiai... (ou: nem tudo na vida é flores)
Hoje foi pra mim um dos piores dias (levando-se em conta que ainda é quarta-feira, dia 3 de junho pra mim). Não só porque eu superpisei na bola comigo mesma como também fiquei chateada com um monte de gente. Fiquei pensando que estava mesmo mais do que na hora de voltar pro Brasil, que afinal eu nem faço tanta diferença assim. Daí, chego neste blog, o último post sendo de triséculos atrás e eu só consigo pensar de que nem pra isso eu sirvo mais.
Eu podia ter ligado para melhor amiga, namorado, mãe, papagaio - mas nem todo mundo tem ouvido de pinico e, pela experiência dos meus 26 aninhos que todo mundo fica me jogando na cara, eu devia conseguir solucionar isso sozinha mesma. Besta, eu sei. Mas, fazer o que? Uma hora a gente tem que crescer, né?! (Ou não)
Bom, o dia de hoje começou bem lá fora: solzinho gostoso, um pouquinho chilly, mas nada que não desse pra se aguentar fazendo uso de uma pashmina. Eu já comecei o dia tossindo, como tenho feito nas últimas semana e meia, tossindo pela casa inteira, passando minha doença pros outros, contribuindo para a saúde em geral da população. Fomos às 11h até a casa da Liz Harris, a coordenadora do curso GA que fazemos na OM. Lá encontramos toda a galera international juvenil de Carlisle. Ok, exagero, não toda, mas um bom grupo de alemães, americanos, canadenses, sul-africanos e brits locais. Nem preciso dizer que eu amo o curso, né?! É uma supermistura de culturas + refresh de uma semana inundada de britaniedade.
Ok, isso me ajudou.
O que piorou foi o fato de que cheguei em casa, botei a panela no fogo pra fazer cup noodles, entrei na net, descobri que tinha que estar em uma reunião no centro e que estava já atrasada, descobri que tinha ônibus passando naquele momento e saí correndo de casa. Cheguei a tempo na reunião, tive a reunião e saí pra acompanhar a Elisabet pra comprar algo no centro. Passando numa padaria, lembrei que tava com fome, pensei em sopa e daí lembrei: ESQUECI A PANELA NO FOGO!!!
Meu chapéu! Com'é que eu consigo esquecer ISSO???
Bom, liguei pra Sarah, a brit que mora com a gente e que também tá doente - não tava em casa. Liguei em casa - ninguém atendeu.
Peguei o ônibus, que deve ter demorado uns 10, mas que para mim pareceu 30 min. Abri uma porta, que, por milagre abriu de 1a mão, girei a chave no trinco da outra. A porta não abriu. Cedeu um pouco e percebi que internamente tinha um banco apoiado nela. QUEM APOIARIA UM BANCO CONTRA A PORTA DE ENTRADA DA CASA? Não sei, mas, com algum esforço consegui abrir, ir até a cozinha - toda esfumaçada, como podes imaginar -, desligar o fogo e colocar a panela pra fora pra esfriar e tirar cheiro de dentro da casa.
Abri todas as janelas e portas que consegui abrir (a casa é antiga e foi recém pintada). Tinha que mandar msg pro pessoal. Num impulso, mandei uma sms dizendo que a casa queimou. Tava escrevendo a 2a msg pra dizer que tava tudo bem, quando me ligam querendo saber da situação.
Não é engraçado como as pessoas ficam brabas quando você faz as mesmas brincadeiras que elas fazem contigo?!
Durante este ano fui acusada de não tolerar ironia, de ser muito dramalhona, barulhenta, mandona. Tiro um bom negócio disso: pelo menos, não fui hipócrita, falei o que pensava, fiquei com o coração na mão.
Também aprendi um negócio duro pra maioria dos brasileiros: ficar sozinho. Meio que me acostumei a ficar no meu cantinho no meu tempo livre, tornar o meu quarto o meu refúgio e fugir das pessoas. Isso, na verdade, tem me feito mal. Muito mal. E eu sei que não é aqui em casa que eu vou conseguir mudar isso, já que todo mundo é bixo do mato. Das duas uma: ou eu ainda mudo e tento conquistar o mundo, ou então espero mais um mês para daí finalmente voltar a ser brasileira. HELP!!!
Eu podia ter ligado para melhor amiga, namorado, mãe, papagaio - mas nem todo mundo tem ouvido de pinico e, pela experiência dos meus 26 aninhos que todo mundo fica me jogando na cara, eu devia conseguir solucionar isso sozinha mesma. Besta, eu sei. Mas, fazer o que? Uma hora a gente tem que crescer, né?! (Ou não)
Bom, o dia de hoje começou bem lá fora: solzinho gostoso, um pouquinho chilly, mas nada que não desse pra se aguentar fazendo uso de uma pashmina. Eu já comecei o dia tossindo, como tenho feito nas últimas semana e meia, tossindo pela casa inteira, passando minha doença pros outros, contribuindo para a saúde em geral da população. Fomos às 11h até a casa da Liz Harris, a coordenadora do curso GA que fazemos na OM. Lá encontramos toda a galera international juvenil de Carlisle. Ok, exagero, não toda, mas um bom grupo de alemães, americanos, canadenses, sul-africanos e brits locais. Nem preciso dizer que eu amo o curso, né?! É uma supermistura de culturas + refresh de uma semana inundada de britaniedade.
Ok, isso me ajudou.
O que piorou foi o fato de que cheguei em casa, botei a panela no fogo pra fazer cup noodles, entrei na net, descobri que tinha que estar em uma reunião no centro e que estava já atrasada, descobri que tinha ônibus passando naquele momento e saí correndo de casa. Cheguei a tempo na reunião, tive a reunião e saí pra acompanhar a Elisabet pra comprar algo no centro. Passando numa padaria, lembrei que tava com fome, pensei em sopa e daí lembrei: ESQUECI A PANELA NO FOGO!!!
Meu chapéu! Com'é que eu consigo esquecer ISSO???
Bom, liguei pra Sarah, a brit que mora com a gente e que também tá doente - não tava em casa. Liguei em casa - ninguém atendeu.
Peguei o ônibus, que deve ter demorado uns 10, mas que para mim pareceu 30 min. Abri uma porta, que, por milagre abriu de 1a mão, girei a chave no trinco da outra. A porta não abriu. Cedeu um pouco e percebi que internamente tinha um banco apoiado nela. QUEM APOIARIA UM BANCO CONTRA A PORTA DE ENTRADA DA CASA? Não sei, mas, com algum esforço consegui abrir, ir até a cozinha - toda esfumaçada, como podes imaginar -, desligar o fogo e colocar a panela pra fora pra esfriar e tirar cheiro de dentro da casa.
Abri todas as janelas e portas que consegui abrir (a casa é antiga e foi recém pintada). Tinha que mandar msg pro pessoal. Num impulso, mandei uma sms dizendo que a casa queimou. Tava escrevendo a 2a msg pra dizer que tava tudo bem, quando me ligam querendo saber da situação.
Não é engraçado como as pessoas ficam brabas quando você faz as mesmas brincadeiras que elas fazem contigo?!
Durante este ano fui acusada de não tolerar ironia, de ser muito dramalhona, barulhenta, mandona. Tiro um bom negócio disso: pelo menos, não fui hipócrita, falei o que pensava, fiquei com o coração na mão.
Também aprendi um negócio duro pra maioria dos brasileiros: ficar sozinho. Meio que me acostumei a ficar no meu cantinho no meu tempo livre, tornar o meu quarto o meu refúgio e fugir das pessoas. Isso, na verdade, tem me feito mal. Muito mal. E eu sei que não é aqui em casa que eu vou conseguir mudar isso, já que todo mundo é bixo do mato. Das duas uma: ou eu ainda mudo e tento conquistar o mundo, ou então espero mais um mês para daí finalmente voltar a ser brasileira. HELP!!!
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