domingo, 14 de junho de 2009

"Ai, ai, aiai. Tá chegando a hora. O dia já vem raiando, meu bem, e eu tenho que ir embora."

Odeio despedidas.

Odeio pensar que não vou ver certas pessoas nunca mais na vida. Odeio a tristeza que dá. Aquele negócio de "tchau, a gente se vê por aí qualquer dia, quem sabe." Gostei da despedida do Good Will Hunting, onde Will simplesmente some, sem se despedir do amigo. Me parece a melhor solução. Que nem na hora do enterro de um ente querido de um amigo seu, não existe muito o que se pode falar. Um abraço, um beijo, um olhar - no máximo... Até mesmo algumas palavras queridas proferidas parecem às vezes falsas, devido ao nosso pouco jeito de falá-las! Será que existiria prática pra isso? A experiência de vida, sim. E, talvez, um pouco mais de nossos sentimentos expressados no dia-a-dia para as pessoas que mais amamos. Let it shine, people! Let it shine!

A Johanna tá voltando esta madrugada pra Noruega, gente! Não sei se um dia virei a vê-la denovo, mas já sei que sentirei saudade do seu jeito quieto e direto de ser, das vezes que ela me tirou do sério, das gozações. I love you, my dear! A klem!!!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Onde cargas d'água fica Barrow-in-Furness???

Olá pessoas!
Sim, o dia foi bem melhor hoje. Prayer meeting, trabalho no Opp shop (brexó superdivertido no qual a gente trabalha nas segundas e quintas/sextas) e Lodge foram iguais a todo outro dia. Choveu depois de uma semana secular de sol :), me molhei, as coisas de sempre.
Fomos convidados a ir jantar na casa do Eddie e da Hanna. O Eddie é meio que o co-vicar aqui da comunidade e tem uma carinha de moleque que só vendo. É olhar pra cara dele que tu já esperas que ele faça alguma travessura... E é bem capaz que ele a faça. ;)
Ambos são muito queridos e moram a mais ou menos o mesmo tempo que nós estamos aqui. A noite chegou definitivamente bem mais rápido do que deveria!
Ao chegar em casa, passei um tempo conversando no hall com a Johanna e a Elisabet. Esclarecemos alguns assuntos pendentes e começamos a conversar sobre os que irão nos substituir, onde vão morar e etc. Certo é que ninguém vai ter a mesma experiência que nós aqui! Não só porque são diferentes pessoas (dã!), mas também porque a divisão será bem diferente. Alguns virão para Carlisle, outros ficarão em Londres, mas outros ainda irão morar e trabalhar em Barrow-in-Furness. Barrow-in-Furness??? Onde, cargas d'água fica isso???
Beeemmm, não fica muito longe daqui, é bem mais perto do Lake District (paraíso nacional dos brits, algo parecido com SC) e é uma cidade portuária. Ah, e pasmem: Álvaro de Campos, um dos heteronômios de F. Pessoa é de lá!!!
Não acredita? Tá aqui o poema!
Enfim, semana que vem irei pra lá e posso contar mais detalhezinhos.
Me desculpem, mas preciso fazer a mala agora já que vou visitar o meu namorado teuto-brasileiro amanhã! Iuhuuu! \o/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Aiai... (ou: nem tudo na vida é flores)

Hoje foi pra mim um dos piores dias (levando-se em conta que ainda é quarta-feira, dia 3 de junho pra mim). Não só porque eu superpisei na bola comigo mesma como também fiquei chateada com um monte de gente. Fiquei pensando que estava mesmo mais do que na hora de voltar pro Brasil, que afinal eu nem faço tanta diferença assim. Daí, chego neste blog, o último post sendo de triséculos atrás e eu só consigo pensar de que nem pra isso eu sirvo mais.

Eu podia ter ligado para melhor amiga, namorado, mãe, papagaio - mas nem todo mundo tem ouvido de pinico e, pela experiência dos meus 26 aninhos que todo mundo fica me jogando na cara, eu devia conseguir solucionar isso sozinha mesma. Besta, eu sei. Mas, fazer o que? Uma hora a gente tem que crescer, né?! (Ou não)

Bom, o dia de hoje começou bem lá fora: solzinho gostoso, um pouquinho chilly, mas nada que não desse pra se aguentar fazendo uso de uma pashmina. Eu já comecei o dia tossindo, como tenho feito nas últimas semana e meia, tossindo pela casa inteira, passando minha doença pros outros, contribuindo para a saúde em geral da população. Fomos às 11h até a casa da Liz Harris, a coordenadora do curso GA que fazemos na OM. Lá encontramos toda a galera international juvenil de Carlisle. Ok, exagero, não toda, mas um bom grupo de alemães, americanos, canadenses, sul-africanos e brits locais. Nem preciso dizer que eu amo o curso, né?! É uma supermistura de culturas + refresh de uma semana inundada de britaniedade.

Ok, isso me ajudou.

O que piorou foi o fato de que cheguei em casa, botei a panela no fogo pra fazer cup noodles, entrei na net, descobri que tinha que estar em uma reunião no centro e que estava já atrasada, descobri que tinha ônibus passando naquele momento e saí correndo de casa. Cheguei a tempo na reunião, tive a reunião e saí pra acompanhar a Elisabet pra comprar algo no centro. Passando numa padaria, lembrei que tava com fome, pensei em sopa e daí lembrei: ESQUECI A PANELA NO FOGO!!!

Meu chapéu! Com'é que eu consigo esquecer ISSO???

Bom, liguei pra Sarah, a brit que mora com a gente e que também tá doente - não tava em casa. Liguei em casa - ninguém atendeu.

Peguei o ônibus, que deve ter demorado uns 10, mas que para mim pareceu 30 min. Abri uma porta, que, por milagre abriu de 1a mão, girei a chave no trinco da outra. A porta não abriu. Cedeu um pouco e percebi que internamente tinha um banco apoiado nela. QUEM APOIARIA UM BANCO CONTRA A PORTA DE ENTRADA DA CASA? Não sei, mas, com algum esforço consegui abrir, ir até a cozinha - toda esfumaçada, como podes imaginar -, desligar o fogo e colocar a panela pra fora pra esfriar e tirar cheiro de dentro da casa.
Abri todas as janelas e portas que consegui abrir (a casa é antiga e foi recém pintada). Tinha que mandar msg pro pessoal. Num impulso, mandei uma sms dizendo que a casa queimou. Tava escrevendo a 2a msg pra dizer que tava tudo bem, quando me ligam querendo saber da situação.
Não é engraçado como as pessoas ficam brabas quando você faz as mesmas brincadeiras que elas fazem contigo?!


Durante este ano fui acusada de não tolerar ironia, de ser muito dramalhona, barulhenta, mandona. Tiro um bom negócio disso: pelo menos, não fui hipócrita, falei o que pensava, fiquei com o coração na mão.
Também aprendi um negócio duro pra maioria dos brasileiros: ficar sozinho. Meio que me acostumei a ficar no meu cantinho no meu tempo livre, tornar o meu quarto o meu refúgio e fugir das pessoas. Isso, na verdade, tem me feito mal. Muito mal. E eu sei que não é aqui em casa que eu vou conseguir mudar isso, já que todo mundo é bixo do mato. Das duas uma: ou eu ainda mudo e tento conquistar o mundo, ou então espero mais um mês para daí finalmente voltar a ser brasileira. HELP!!!
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