Ela: Quer casar comigo? Te dou casa, comida e roupa lavada.
Ele: Tenho uma proposta melhor. Eu te dou casa, comida e roupa lavada e tu trabalhas fora.
Ela: Fechado.
Apesar do trecho acima ser uma cena interpretada estes dias por amigos meus em tom de brincadeira, reflete uma realidade bem comum. Rendeu boas discussões callianas esta última semana sobre a posição da mulher versus do homem nos dias de hoje e quais os caminhos pelos quais estamos trilhando.
Enquanto que na época da minha avó, mulher era criada para viver dentro de casa, criar os filhos e não ter muitas ambições ocupacionais, e na época da minha mãe as mulheres queimavam sutiãs em praças públicas, eram feministas e pregava-se o amor livre, atualmente vejo que caminhamos (como comunidade) para um ponto provável de equilíbrio. Digo provável, porque não sei até que ponto o ser humano é capaz disso. Afinal, até mesmo quando estamos tranqüilos e felizes, precisamos criar pequenos entreveros para concretizar nossa felicidade... Mais uma vez vemos o quanto todo ser humano é dúbio e como, quando solto e sozinho, é capaz de arquitetar muita porcaria mesmo.
Mas, voltemos ao assunto original dos papéis humanos: Observo que nós mulheres temos uma grande vontade de mudar o mundo, ao mesmo tempo em que não queremos nos desgarrar do que é nosso, ou seja, do cuidar dos filhos, do feeling que adquirimos pela experiência histórica em criar os pimpuxos (também chamado de inteligência emocional pelos entendidos do assunto), da sensibilidade, enfim. Não estou afirmando que não somos capazes de tudo isso, mas começo a duvidar se nos sentimos (iremos nos sentir) felizes na posição de mãe trabalhadora que deixa sua filha durante o dia com a empregada. Afinal, qual o preço que iremos pagar por isso?
E, aliás, alguma de nós já parou pra pensar qual o papel masculino nisso tudo? Não é de se admirar que muitos homens fiquem confusos por não saber qual posição tomar em meio a tanto querer feminino. Queremos alguém forte ao nosso lado, mas ao mesmo tempo queremos ser forte também. Queremos viver o mundo deles, mas os criticamos por não terem tempo para os filhos e trabalharem demais.
Pergunto-me, até que ponto não somos egoístas e não desvalorizamos o que é historicamente nosso, como o prazer de ver os filhos crescendo e ter tempo para tomar um mate e ouvir os problemas das amigas. Afinal, o que estamos construindo para nós e o que queremos realmente?
*Em tempo: Há mais ou menos uns dez anos atrás o meu discurso seria bem outro. Lembro-me de criticar ferrenhamente a minha mãe por ter desistido de fazer vestibular e cursar uma universidade para estar junto de meu pai. Só fui entender o valor da abdicação dela mais tarde, ao morar com meus avós e ver que a inteligência não se faz somente sentada na cadeira da escola.
Quando vejo meus pais hoje juntos e minha mãe cursando a universidade, só consigo sorrir e pensar: Também quero um futuro assim pra mim!
Ele: Tenho uma proposta melhor. Eu te dou casa, comida e roupa lavada e tu trabalhas fora.
Ela: Fechado.
Apesar do trecho acima ser uma cena interpretada estes dias por amigos meus em tom de brincadeira, reflete uma realidade bem comum. Rendeu boas discussões callianas esta última semana sobre a posição da mulher versus do homem nos dias de hoje e quais os caminhos pelos quais estamos trilhando.
Enquanto que na época da minha avó, mulher era criada para viver dentro de casa, criar os filhos e não ter muitas ambições ocupacionais, e na época da minha mãe as mulheres queimavam sutiãs em praças públicas, eram feministas e pregava-se o amor livre, atualmente vejo que caminhamos (como comunidade) para um ponto provável de equilíbrio. Digo provável, porque não sei até que ponto o ser humano é capaz disso. Afinal, até mesmo quando estamos tranqüilos e felizes, precisamos criar pequenos entreveros para concretizar nossa felicidade... Mais uma vez vemos o quanto todo ser humano é dúbio e como, quando solto e sozinho, é capaz de arquitetar muita porcaria mesmo.
Mas, voltemos ao assunto original dos papéis humanos: Observo que nós mulheres temos uma grande vontade de mudar o mundo, ao mesmo tempo em que não queremos nos desgarrar do que é nosso, ou seja, do cuidar dos filhos, do feeling que adquirimos pela experiência histórica em criar os pimpuxos (também chamado de inteligência emocional pelos entendidos do assunto), da sensibilidade, enfim. Não estou afirmando que não somos capazes de tudo isso, mas começo a duvidar se nos sentimos (iremos nos sentir) felizes na posição de mãe trabalhadora que deixa sua filha durante o dia com a empregada. Afinal, qual o preço que iremos pagar por isso?
E, aliás, alguma de nós já parou pra pensar qual o papel masculino nisso tudo? Não é de se admirar que muitos homens fiquem confusos por não saber qual posição tomar em meio a tanto querer feminino. Queremos alguém forte ao nosso lado, mas ao mesmo tempo queremos ser forte também. Queremos viver o mundo deles, mas os criticamos por não terem tempo para os filhos e trabalharem demais.
Pergunto-me, até que ponto não somos egoístas e não desvalorizamos o que é historicamente nosso, como o prazer de ver os filhos crescendo e ter tempo para tomar um mate e ouvir os problemas das amigas. Afinal, o que estamos construindo para nós e o que queremos realmente?
*Em tempo: Há mais ou menos uns dez anos atrás o meu discurso seria bem outro. Lembro-me de criticar ferrenhamente a minha mãe por ter desistido de fazer vestibular e cursar uma universidade para estar junto de meu pai. Só fui entender o valor da abdicação dela mais tarde, ao morar com meus avós e ver que a inteligência não se faz somente sentada na cadeira da escola.
Quando vejo meus pais hoje juntos e minha mãe cursando a universidade, só consigo sorrir e pensar: Também quero um futuro assim pra mim!